quarta-feira, 7 de setembro de 2011

LUA NUBLADA


   NALDOVELHO

   Lua nublada?
   Vez em quando aparece,
   quase sempre se esconde.
   Madrugada de outono,
   onde o silêncio enlouquece
   e a cidade não dá conta
   de como é feio o abandono.

   Ruas desertas, esquinas vazias,
   portas e janelas fechadas
   e alguns poucos carros
   passam e não param.
   Ainda existe o orvalho,
   tipo lágrima discreta.
   Ainda existe a espera,
   coisa estranha e inquieta.

   Lua nublada?
   Já foi cheia e exibida
   dentro do meu quarto,
   já dançou noites de insônia,
   bebeu todo o meu absinto,
   fez juras de amor eterno
   e depois minguou.
   Hoje é só nublada:
   vez em quanto aparece,
   quase sempre se esconde.

2 comentários:

  1. Lua brincando de esconde-esconde, é tormento momentâneo. Pois que tem fases que se repetem mas se alternam no horizonte!
    Parabéns, Naldo!

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  2. Lua nublada esconde mistérios, traz em si um quê de profano!
    Parabéns, Grande Bardo!

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