sábado, 24 de setembro de 2011

SORTILÉGIO (LUZ E SOMBRAS)


   NALDOVELHO

   Bruxos, magos, feitiços, 
   cometer sortilégios, 
   talismã bem guardado, 
   cuidadosamente energizado.
   Iaras, sedutoras sereias, 
   em noites de lua cheia, 
   uma delas me encantou.
   Paixão derradeira 
   que o mar inclemente levou.

   Desfazer a magia, 
   novelo de lá que um gato vadio 
   por puro capricho embaraçou.
   Cavalos alados, um dragão embriagado
   botando fogo pra todo lado.
   Moinhos de vento... 
   Continuo um menino,
   apesar do inverno 
   e da poeira da estrada
   que ao meu corpo se entranhou.

   Castelos, princesas, 
   um cavaleiro sem medo 
   fortemente armado, 
   sua bandeira é a procura
   por tudo aquilo que seja sagrado,
   sua espada é o sentimento, 
   sua armadura é a dor.

   Em noite de lua cheia 
   atravessei o portal
   e com a estrela da manhã 
   fiz mandalas na areia
   que o mar inclemente 
   na boca do dia
   por pura maldade, 
   enfim, desmanchou.

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