Trago uma história escondida
no fundo do peito,
um segredo lacrado por velhos
defeitos,
e as pernas cansadas de andar
sem abrigo,
por tantas jornadas, por
trilhas, perigos,
por tantas batalhas fazendo
inimigos,
por tantas medalhas guardadas
comigo
e eu nem sei bem porquê me
perdi de Você.
Tenho os olhos embaçados por
tentar Lhe enxergar
por entre a neblina que reina
em todo o lugar.
Tenho as mãos machucadas na
colheita do sal,
o meu rosto enrugado pela
força dos ventos
e o meu corpo queimado pelos
raios do sol.
Trago a semente de um tempo
que ainda há de nascer
e quem sabe eu ainda possa
semear por Você.
Trago um cristal lapidado,
alquimia dos tempos,
e a certeza de um dia poder
Lhe encontrar,
e revelar na magia da mãe
natureza,
o remédio e a cura de tantas
feridas.
Tenho o carinho e a poesia
brotando das mãos,
trago latente a esperança de
rever o inimigo
e quem sabe a um amigo poder
abraçar.
Trago comigo a crença que o
novo não tarda,
trazendo consigo a revelação
de um tempo sagrado de
restauração,
onde haja o abrigo e eu possa
viver,
onde não haja segredos, nem
velhos defeitos,
onde eu possa colher sem
sangrar todo o sal,
onde eu possa crescer sem
ferir tanta gente
e assim merecer a dádiva da
Sua criação.
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