Gotas loucas
brotam tantas,
salgadas,
vadias e jorram fartas,
inundam a
cena e qual fonte de um rio
criam
corredeiras dentro do quarto.
Gotas
indecentes brotam urgentes,
licorosas,
ardentes, embriagam, viciam,
principalmente
aquelas que revelam vertentes
e fecundam
sementes lá dentro de nós.
Gotas doídas
brotam espremidas,
são feito
remédio e ainda que a dor
permaneça
latente, anestesiam-me os ais.
Gotas que
brotam, e em mim são freqüentes,
revelam
ardores, essências, odores,
desejos, segredos,
fraquezas, esperas...
Revelam
também o medo que eu tenho
de um dia
chorar e não saber o porquê.
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