sexta-feira, 16 de setembro de 2011

POEMA DE AMOR PROSCRITO (LUZ E SOMBRAS)


   NALDOVELHO

   Linhas traçadas
   coexistências embaraçadas,
   palavras entrelaçadas,
   quarta gaveta, lado esquerdo do peito.
   Poema de amor proscrito
   entre o poeta e a meretriz.

   Um bolero arrastado,
   a compor tristemente o cenário,
   uma garrafa de vinho tinto,
   outra de Martine Bianco,
   ambas, pra baixo da metade.
   Marcas de batom no corpo,
   na camisa e no copo.

   Cinco horas da manhã!
   O garçom sinaliza nervoso,
   já é madrugada, faz frio lá fora,
   peço a conta e percebo em teus olhos 
   um até breve, até quando?

   Agora, já passam das seis!
   Manhã nublada de maio,
   um gole de café requentado,
   não dá pra esquecer o cigarro,
   nem o poema de amor proscrito,
   banido antes mesmo
   de ter sido escrito.
   Melhor ir pra casa e dormir.

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