Não sou
poeta, sou exorcista.
Exorcista dos
meus próprios demônios!
E o faço
através de versos,
repletos,
ardidos, confessos,
que curem
antigas feridas,
que me
desentranhem os ais.
Não sou
poeta, sou mestiço!
Mulato,
caboclo, cafuzo,
miscigenados
os versos, confuso,
sem medidas
métricas ou rimas,
confessadamente
insano,
por conflitos
estranhos, tamanhos.
Não sou
poeta, sou descoberta,
de versos
paridos revoltos,
espremidos
pela dor e esforço
de deixar vir
à tona, coisas viscerais...
Que por mais
que eu negue
incomodam e
arranham.
Não sou
poeta, sou esboço,
de embaçadas
e controversas imagens,
contornos
sombrios, viagens,
cicatrizes,
sinais, tatuagens,
palavras
forjadas selvagens,
e a ferro em
fogo, profanas.
Não sou
poeta, sou inquietude!
Sou buscador
de amplitudes,
rastilho de
coisa explosiva,
ventania que
venta por dentro
e derrama sem
constrangimento
sementes
doídas demais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário