NALDOVELHO
Dias lentos,
sonolentos,
nada que nos acene,
nada que nos acene,
desmaiadas as
cores
no firmamento.
no firmamento.
Dias pobres,
calmaria,
onde a paixão e a poesia
onde a paixão e a poesia
mostram-se
apáticas,
mornas, estáticas.
mornas, estáticas.
Dias tolos,
ocos,
onde sequer um esboço
onde sequer um esboço
mostra-se
disposto
a materializar-nos o esforço.
a materializar-nos o esforço.
Melhor tirar
da janela a trava
e colocar no
parapeito um cata-vento.
Melhor
provocar a palavra,
mesmo a custa
de desentranhamento.
Melhor gritar
o seu nome,
mesmo que
seja pra dentro.
Quem sabe a
saudade volte
e traga dor
de destrambelhamento?
Quem sabe o
poema acorde?
Pois ainda
que você não concorde,
ele resiste e
não morre.
Daqui a pouco
esquenta e explode.
É ver para
crer!
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