sábado, 24 de setembro de 2011

É VER PARA CRER! (LUZ E SOMBRAS)


   NALDOVELHO

   Dias lentos, sonolentos, 
   nada que nos acene,
   desmaiadas as cores 
   no firmamento.

   Dias pobres, calmaria, 
   onde a paixão e a poesia
   mostram-se apáticas, 
   mornas, estáticas.

   Dias tolos, ocos, 
   onde sequer um esboço
   mostra-se disposto 
   a materializar-nos o esforço.

   Melhor tirar da janela a trava
   e colocar no parapeito um cata-vento.

   Melhor provocar a palavra,
   mesmo a custa de desentranhamento.

   Melhor gritar o seu nome,
   mesmo que seja pra dentro.

   Quem sabe a saudade volte
   e traga dor de destrambelhamento?

   Quem sabe o poema acorde?

   Pois ainda que você não concorde,
   ele resiste e não morre.

   Daqui a pouco esquenta e explode.
   É ver para crer!

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