sexta-feira, 16 de setembro de 2011

NO FUNDO DO MEU QUINTAL (LUZ E SOMBRAS)


   NALDOVELHO

   Todos os dias ao entardecer,
   no fundo do meu quintal,
   de uma fonte de águas cristalinas,
   nasce lua menina.
   E nasce espremidinha,
   lua nova pequenina,
   e na medida que vai crescendo,
   vai também se ascendendo,
   até no céu poder se ver.
   Ah! Lua que eu tenho,
   que nem sabe o quanto
   o poeta gosta de você.

   E tem mais nascimentos na fonte!
   Outro dia nasceu uma Iara
   de cabelos envolvidos em teias,
   nebulosas, estrelas formosas,
   olhos serenos em rosto pequeno,
   parecia mais uma princesa
   e roubou meu bem querer.
   Ah! Iara que eu sonho,
   que nem sabe o quanto dos meus versos
   são dedicados a você.

   E é desta fonte de águas cristalinas
   que eu extraio o remédio pro tédio,
   pras dores dos desentranhamentos,
   pros vazios e pros constrangimentos
   que a danada desta vida costuma me ofertar.
   Ah! Fonte que eu tenho,
   que nem sabe quanta ternura
   eu costumo colher em você.

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