domingo, 25 de setembro de 2011

AO AMOR QUE EU NÃO VIVI (ARQUIVO)


   NALDOVELHO

   Acordar sonolento, sua perna sobre a minha
   e uma tênue luz invasora a revelar-nos despertos.

   Luz do sol, enxerida a bisbilhotar nossas vidas,
   manhã cedo de maio, preguiçosos confessos.

   Queria que a semana fosse repleta de domingos,
   é bom que aqui esteja, por inteira, aninhada e tão perto.

   Já são quase dez horas e ontem à noite, eu confesso:
   fiquei rindo a toa...  

   Melhor fazer um café, o mês é frio de outono,
   já não existe abandono, já não existem esperas
   e embora passados muitos anos, seu cheiro ainda impera.

   Lembra daquele poema e da eternidade que ele revela? 
   Pois é! Ainda escuto a mesma música, Michel Legrand ao piano
   e Della Reese ainda questiona:
   What are you doing the rest of your life?

   Você ainda vive em meus sonhos!

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