As portas, os trincos, as trancas, tramelas,
janelas fechadas, carências, esperas,
fiquei tão sozinho, estranha quimera.
Junto ao
abismo construí o meu ninho,
maresia que
rola corrói as entranhas
e o vento que
bate apaga a chama.
Nostalgia
tamanha, incomoda e arranha,
o som de um
piano, harmonia de enganos,
dissonâncias
que a vida deixou de presente,
ainda as
guardo comigo, todas latentes.
Cortina
entreaberta, penumbra ambiente,
o rádio
ligado, melodia estranha,
um poema com
versos inquietos, profanos.
A campainha
que toca, provável engano.
Faz tempo eu
mudei, não avisei a ninguém!
Vivo
trancado, só que ainda não sei.
Do caminho,
passagem, perdi minha chave!
As lágrimas
que eu tenho, conservo-as acesas,
e os muitos
guardados revelam tristezas,
e os muitos
poemas testemunham a cena.
Testamento
que eu deixo em cima da mesa.
Nostalgia tamanha, incomoda e arranha,
Cortina entreaberta, penumbra ambiente,
A campainha que toca, provável engano.
As lágrimas que eu tenho, conservo-as acesas,
Nenhum comentário:
Postar um comentário