Em meu peito
eu percebo
cicatrizes doloridas,
tantas farpas
espetadas,
vez por outra
ainda doem,
toda a vez
que o tempo muda
reacendem-se
os meus ais.
Uma artéria
entupida,
algum sangue
coagulado,
respiração
anda ofegante,
batimento
acelerado,
inquietude
insistente,
sentimentos
sufocados,
uma insônia
contumaz,
nostalgia
vive solta,
fez morada em
meus poemas,
foi embora
nunca mais.
Em meu peito
eu percebo:
queimaduras
bem recentes,
o conflito
eminente
entre o anjo
e o diabo,
toda a vez
que a lua atiça,
sinto areia
movediça,
sinto um rio
de águas quentes
e me afogo um
pouco mais.
Em meu peito
eu percebo
um carinho
ofertado,
ainda estás
nos meus guardados,
não importa a
distância,
sobrevive a
esperança,
são
lembranças preciosas,
e a marca dos
teus dentes
ainda guardo
de presente,
e o cheiro de
alfazema
impregnado no
ambiente.
São gasturas,
que eu confesso,
entranhadas
em meus versos,
toda a vez
que abro a porta,
a saudade diz
presente!
Em meu peito
eu percebo
tua imagem
tatuada,
estiagem e abandono.
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