NALDOVELHO
Não deixe a janela
aberta,
não permita que se
dissipe a neblina,
não devo descerrar a
cortina,
só após escrever um
poema
onde eu possa louvar o
seu corpo,
a sua pele, o seu
cheiro, o seu gosto.
Aí sim, gritar bem alto
o seu nome,
tornar público seus
contornos,
desnudá-la, causar um
escândalo,
um tributo a minha
loucura,
uma ode ao meu amor por
você.
Por enquanto, só a
espessa neblina
que cai sobre o meu
quarto.
Muitos segredos,
histórias,
tantos amores insanos,
por vezes desejos
estranhos,
por outras carícias
profanas...
Melhor então preservar
o segredo,
melhor caminhar em
silêncio
para não profanar o
sagrado,
para não me perder de
você.
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