NALDOVELHO
Estranho
é o som de batidas na porta
e do outro lado ninguém!
Corredor em silêncio,
escadas sombrias,
estiagem de sonhos,
noites vazias de maio.
Estranho
é o tempo que avança
sem que se perceba,
tão lentas as horas,
mas que ainda assim deixam
marcas,
rugas, rastros, cansaço,
vestígios dos meus passos,
e não há nada que se possa
fazer.
Estranho
é o silêncio da madrugada,
vidraça embaçada,
ruas desertas, insônia
insistente,
e o sol aparece num céu de
outono,
com nuvens esparsas,
prenúncio de frio, chuva,
arrepio,
e por estranho que seja:
o sono resolveu aparecer.
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