terça-feira, 27 de setembro de 2011

NOITES VAZIAS DE MAIO (LUZ E SOMBRAS)


NALDOVELHO

Estranho
é o som de batidas na porta
e do outro lado ninguém!
Corredor em silêncio,
escadas sombrias,
estiagem de sonhos,
noites vazias de maio.

Estranho
é o tempo que avança
sem que se perceba,
tão lentas as horas,
mas que ainda assim deixam marcas,
rugas, rastros, cansaço,
vestígios dos meus passos,
e não há nada que se possa fazer.

Estranho
é o silêncio da madrugada,
vidraça embaçada,
ruas desertas, insônia insistente,
e o sol aparece num céu de outono,
com nuvens esparsas,
prenúncio de frio, chuva, arrepio,
e por estranho que seja:
o sono resolveu aparecer. 

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