NALDOVELHO
Em meu corpo
eu percebo
tatuagens,
camuflagens,
vestígios dos
seus passos,
madrugadas,
desencantos,
cicatrizes
que latejam
toda a vez
que a saudade
desentranha
algum poema
e faz lembrar
que a distância
deixou
marcas, deixou pranto,
coisa ardida
em meu peito.
Ainda sinto o
seu cheiro,
ainda lembro
dos seus olhos
e o calor dos
seus abraços,
não consigo
compreender.
E os meus
olhos denunciam
tantas
coisas, meus segredos,
vestígios dos
meus sonhos,
ainda bem que
as pessoas
apressados quando
passam
não enxergam,
não escutam,
e quando lêem
meus poemas
não conseguem
entender.
E em meu
rosto um sorriso,
um bom
disfarce é preciso.
Se o coração
bate depressa
e a lágrima
se revela,
foi só um
cisco, não se assustem!
Vida que
segue sem você.
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