domingo, 18 de setembro de 2011

ÁGUAS DE MARÇO (ARQUIVO)


   NALDOVELHO

   Águas de março inundam a cidade,
   ondas do mar fustigam a areia,
   as folhas das árvores se apressam e caem,
   horizonte nublado, prenúncio de vento.

   Urgente é o poema que eu trago em meus olhos.
   O cheiro de terra molhada me inspira,
   preguiça danada toma conta das horas
   e haja sentimento pra matar minha fome.

   Uma certa maresia domina o ambiente,
   praia deserta, muita magia!

   Quem disse que eu não gosto de sentir nostalgia?
   É ela que antecede o aconchego do inverno,
   ficar aninhado, protegido em seu colo,
   tomar um bom vinho, fumar um cigarro,
   quem sabe um conhaque flambado, no ponto?

   A música que eu sinto, brota feito nascente
   e a tela que eu pinto jorra em cores tão quentes.
   Bom dia outono, que bom que você veio!
   Trazendo em seus braços um belo presente,
   sensibilidade emergente de dentro de mim.         

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