NALDOVELHO
Defendo a compaixão no
coração do homem
e a fraternidade como
moeda verdade,
o entendimento como
meta incessante
e a caridade como luz
no horizonte.
Defendo mãos dadas e
abraço apertado,
nós desatados na
imensidão dos meus sonhos
e fios desembaraçados
tecendo caminhos.
Defendo rios,
florestas, campinas,
montanhas, planaltos e
mares.
Defendo o direito, não
importa a escolha,
e o caminho, não
importa o destino.
Defendo o alimento a
matar toda a fome
e águas jorrando,
saciar toda a sede.
Defendo a dor que
redime o pecado
no ventre daquela que
nos doou seu carinho.
Defendo o sangue que
corre em nossas veias,
não importa a raça, o
credo ou o idioma.
Defendo a possibilidade
de desfazer o mal feito,
transformando o inimigo
num novo amigo.
Defendo a esperança, a
cura, a bonança,
defendo a mão que
semeia o trigo.
Valei-me Deus! Um
futuro melhor.
Só não defendo o forte
espoliando o mais fraco,
nem a lâmina afiada
derramando sangue.
Só não defendo o ódio,
o preconceito,
e a ofensa a pessoas
inocentes, injustas sentenças,
arbitradas por quem
quebrou seus espelhos,
não consegue olhar em
seus próprios olhos,
não consegue perceber
no que se transformou.
E agora me responda: o
que defendes?
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