NALDOVELHO
Não
quero vê-la fragmentada,
aos
cacos, estilhaçada,
com
o corpo aos pedaços,
espalhados
pelo quarto.
Quero
vê-la poderosa
a
tomar conta do seu ninho,
ferida,
faminta, que seja!
mas
com as garras de fora
a
proteger as crias,
senhora
do seu espaço.
Sei
o quanto é perigosa,
já
senti suas presas
enterradas
em minhas veias.
Já
lhe servi do meu sangue
e
você já se alimentou
de
minhas entranhas,
muitas
vezes,
num
misto de dor e prazer.
Quero
vê-la, bela, esfinge,
metade
mulher, metade leoa,
um
anjo alado molhado de pecado,
sempre
pronta para me seduzir.
Só
não quero vê-la derrotada aos pedaços,
prefiro
morrer e que seja em seus braços,
pra
depois renascer de você.
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