domingo, 18 de setembro de 2011

QUIETUDE DA ALMA (LUZ E SOMBRAS)

   NALDOVELHO

  Passarinhos passeiam pela sala
  e um gato sonolento espiona.
  Conversa travada em silêncio,
  cumplicidade premeditada com o tempo.
  O cheiro de café coado bem forte,
  pão francês, queijo branco, angu de corte,
  biscoito de nata, goiabada cascão,
  manteiga sem ranço, tarde macia de agosto
  e uma certa brisa quente no ar.
  Que tal encostar, assim, mais um pouco?
  Embaraçar de vez nossas pernas?
  Suas mãos mal intencionadas provocam...
  O meu corpo aquecido responde.
  Espreguiçadeira repousa na varanda,
  samambaia chorona ao vento.
  Quietude precisa da alma
  que entardece aconchegada em seu colo.

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