quarta-feira, 28 de setembro de 2011

HÁ DE EXISTIR UM TEMPO (ARQUIVO)

   NALDOVELHO

   Há de existir um tempo
   de perfeito entendimento
   entre a árvore e o vento
   que soprará assim tão macio
   a acariciar as folhas,
   e onde flores e os frutos
   se eternizarão contentes,
   pois serão colheitas perenes
   do amor que existe em nós.

   Há de existir um tempo
   onde a noite e as estrelas
   emoldurarão a lua
   que tão desavergonhada
   testemunhará satisfeita
   o sentimento a jorrar
   e a tomar conta de nós,
   e onde a emoção será o alimento
   mais puro dos nossos poemas,
   e as lembranças serão sempre boas,
   coisas de nós dois.

   Há de existir um tempo
   onde eu possa confessar que o amor
   é o presente mais valioso
   que eu tenho pra te ofertar,
   e a minha mão, simplesmente,
   possa acariciar teus cabelos,
   teu rosto, teu corpo,
   sem ter que me preocupar
   que o mundo me chama lá fora,
   que infelizmente já é hora
   e eu não posso mais ficar.

   Que esse tempo venha depressa,
   é tudo o que eu quero agora,
   pois hoje o poeta implora,
   lamenta a tua ausência e chora
   em versos o que ele sente.

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