sábado, 24 de setembro de 2011

ATÉ BREVE (ARQUIVO)


   NALDOVELHO

   Palavras perversas, inquietas, repletas,
   por muita ousadia, rebeladas e incertas,
   que contrárias aos versos negam o poema,
   ficam em silêncio e rejeitam a dor
   que a nostalgia é capaz de ofertar.
   Rejeitam a saudade e transformam o poeta
   num viajante em busca de outras paisagens...
   Estiagens que a vida nos traz.

   Palavras perversas, indiferentes, vazias,
   abortam a poesia, sufocam a emoção
   que lágrimas discretas teimam em mostrar.
   E no rosto um sorriso amargo e impreciso,
   e o que resta jaz em silêncio.
   Securas que a vida nos traz...

   Melhor então fechar as cortinas
   e um aviso na porta:o poeta resolveu viajar.
   Não se sabe para onde e nem quando vai voltar.

   Melhor então dizer até breve!
   Navegar é preciso, até reencontrar um norte
   e restabelecer em mim o juízo...

   Desencontros que a vida impõe.

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