NALDOVELHO
A mulher dos
meus sonhos
tece teias em
volta da minha cama
e afirma que
esse é um direito
que ninguém
vai lhe tirar.
E enquanto as tece,
canta o canto
das sereias
e diz que é
pra me proteger.
A mulher dos
meus sonhos
escreve
poemas sem rimas,
palavras
fortes em versos,
confessadamente
complexos
e diz que a
vida assim nos ensina.
E tem a adaga
suja de sangue,
e diz que
está sempre com fome,
pronta pra me
devorar.
A mulher dos
meus sonhos
tem gosto de
fruta ardida,
tem pele
morena e curtida,
de tantas e
tantas batalhas,
por saques,
por prendas, espólios,
e eu, misto
de tolo e insano,
prisioneiro
num sonho estranho,
peço a Deus o
privilégio
de ali poder
me eternizar.
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