segunda-feira, 26 de setembro de 2011

CIGANA (ARQUIVO)


   NALDOVELHO

   Cigana!
   Qual será o meu destino?
   Você que veio lá do Oriente
   e se mostra tal qual um rio...
   Onde estará a trilha
   que eu tanto preciso?

   Você que em seus braços
   abrigou tantos peregrinos
   e que como um oásis
   acolheu tanta gente sedenta...
   Qual será o meu rumo, o meu norte?

   Você que se fez em tão belos versos,
   que nos trouxe o mel em palavras roucas,
   que sacudiu a poeira de nossas roupas...
   Qual será deste poeta a sorte?

   Cigana, por que não revela o segredo?
   Por que o disfarce, o mistério?
   Se quando eu olho em seu rosto
   vejo a verdade dos loucos
   e o poder de curar meus medos...

   Cigana, por que não revela o seu nome?
   E o nome daquele que me pôs no exílio,
   e como um nômade me condenou ao desterro?
   Cigana, por que não decifra meus sonhos?

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