sábado, 17 de setembro de 2011

HÁ UM TEMPO (LUZ E SOMBRAS)


   NALDOVELHO

   Há um tempo vazio em meus pensamentos,
   securas de sonhos, lacunas estranhas,
   estiagem de versos, de lágrimas, de gestos,
   
   Há um tempo de exorcizar meus demônios,
   fim de tarde de outono, dia frio e nublado
   chuva fina que chega e embaça a vidraça.
  
   Há um tempo de dor ao rever os meus passos,
   deixei por lá muitos rastros, vestígios, escolhas,
   muitas delas erradas, indelicadezas.
   
   Há um tempo de insônia, madrugada inquieta,
   luz do quarto acesa, rua deserta, tristeza,
   e a palavra verdade a renascer dos escombros.
   
   Há um tempo que eu penso que ainda há algum tempo,
   para limpar meus armários, espantar os fantasmas,
   abrir as janelas, dar um jeito em meu quarto.

   Há um tempo que eu tenho para achar as respostas,
   descobrir sobre as chaves que abram as portas,
   libertar a pessoa que eu sempre quis ser.

   Há um tempo para que eu possa dizer Te amo!
   Quem sabe eu ainda consiga viver os meus sonhos?
   Quem sabe eu possa chorar aninhado em Teus braços?

   Há um tempo que eu preciso para terminar de viver.

2 comentários:

  1. Naldo, sempre lindos seus versos. Sempre cativante a poesia neles contida. Parabéns!!!

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  2. Naldo,poesia maravilhosa como sempre vc faz!Adorei e achei muito comovente!Bjs,

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