Pedras
dispostas à margem da vida,
testemunhas
discretas de minha jornada,
muitas
vivências, escolhas passadas,
algumas bem
feitas, outras erradas.
Pedras
largadas à beira da estrada,
impedem
atalhos, desvios de rumo,
delimitam
caminhos, definem trajetórias,
bloqueiam a
passagem e impedem a dispersão.
Pedras
colocadas de forma suspeita
avisam que o
norte já foi definido,
que ao sul
sobrevive o perigo,
que a leste
inexistem abrigos,
e que a oeste
só existe o mar.
Pedras tão
frias, largadas na estrada,
limitam o
acesso a novas jornadas,
ainda que
íngremes e cheias de arestas,
não deixam o
poeta crescer pela dor.
Pedras
cristalizadas, entranhadas, faz tempo,
carcereiras
decerto dos meus sentimentos.
Queria ter
feito outras escolhas,
queria poder
extraí-las de mim.
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