Vou deixar de
herança
o silêncio
dos meus versos
e mesmo os
que já foram escritos
desaparecerão
por completo.
Vou deixar um
violão sufocado
e cantigas
que só eu sei,
caladas lá
dentro de mim.
Se
perguntarem o porquê?
Digam que por
clausura
o poeta calou
sua loucura
e não mais
ousou seus poemas.
Vou deixar
também telas brancas
de imagens
que eu nunca pintei,
matizes
ausentes, omissos
por lágrimas
que eu não chorei.
Vou deixar
portas fechadas,
gavetas
vazias trancadas,
segredos não
revelados,
histórias que
eu não contei.
Vou deixar
uma lacuna imensa
de sementes
não germinadas,
de terra
árida e descrente
dos sonhos
que um dia eu sonhei.
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