NALDOVELHO
Teria sido
bala perdida,
ou teria
gravada no corpo,
riscado a
faca, o meu nome?
Só sei que
foi por pouco,
passou e
queimou minha pele,
e abriu um
sulco no carne
que sangra o
sangue dos tolos,
que jorra em
versos, poemas,
confissões,
sussurros, desgostos
e que lateja
toda a vez que toco,
que penso,
que ouso, que choro.
O mais certo
é ter sido tocaia,
causo
pensado, desforra,
dor que eu
causei...
Quem sabe um
desconforto?
Talvez dor de
mulher amada,
melhor dizer,
mal amada!
São tantas as
idas e vindas
daquele que
não tem um porto.
Melhor andar
mais atento,
evitar outros
constrangimentos,
pois são
muitos os perigos
para quem
escolheu a inquietude
como caminho
acidentado de vida.
Melhor
queimar com aguardente,
cauterizar a
ferida, fazê-la latente,
mais uma
cicatriz...
Ainda que vez
por outra me doa,
vai ser dor
de poesia urgente,
de quem não
ter lugar nem hora
de ser assim, simplesmente.
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