NALDOVELHO
Passos, carências, desvios, caminhos,
estreitos atalhos, ribanceiras, espinhos,
pequenas feridas, ardências, fogueiras,
tropecei numa pedra, loucuras, besteiras,
fiquei tão sozinho, busquei o seu colo,
morder os seus lábios, escrever um adágio,
sugar o seu seio, chegar ao orgasmo,
seus cabelos são teias, seus pelos, amarras,
seus olhos revelam, segredos, palavras,
clareiras, carinhos, reescrever meu destino.
Se eu dormir não me acorde, respeite o cansaço,
quem sabe eu acorde ainda em seus braços?
Quem sabe a água que jorra da fonte,
lave a sujeira em meu corpo entranhada
e eu possa ser digno de estar com você?
Seus passos, seus gestos, já estou acordado,
enorme fogueira ilumina a estrada,
sinais, descobertas, aconchegos, pousadas,
suas mãos em meu corpo, feridas curadas,
arar o terreno, fecundar a semente,
valeu a espera, sagrado é o seu ventre.
Este poema de amor eu escrevi pra você.
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