NALDOVELHO
Nem sempre poesia, muitas
vezes heresia,
enredo que não pode ser
desfeito,
tramas, teias, dramas, grito
espremido no peito,
histórias que o tempo fez
questão de preservar.
Nem sempre são rosas, muitas
vezes espinhos,
outras vezes são cortes,
fraturas, entorses,
sangue coagulado, cicatrizes
que ainda doem,
feridas que o tempo não foi
capaz de curar.
Nem sempre fragrâncias, muitas
vezes odores,
coisas cheirando a mofo,
amareladas, apodrecidas,
resto de comida esquecida no
forno,
coisas que o tempo não deu
conta de dissipar.
Nem sempre vitórias, muitas
vezes derrotas,
descaminhos, estranhos, sem
volta,
andar desequilibrado pela
beira do abismo,
escolhas que o tempo deixou
você tomar.
Nem sempre o poeta que existe
em mim agüenta,
muitas vezes ele se ausenta, viaja
nas funduras,
macera dores, nostalgias,
amarguras
e depois de algum tempo voltar
a sonhar.
Nem sempre o coração sorri...
ResponderExcluirÀs vezes ele também chora.
Esse é o verdadeiro poeta!
Parabéns pela intensa e sensível poesia!
Obrigada pelo carinho.
Abraços.
Márcia Ramos
É assim a vida do poeta, um dia ele se desintegra em dor, no dia seguinte se reconstrói , renasce das cinzas, se refaz, e nestes momentos se reinventa em versos. Muito lindo e triste, querido amigo. Bjus
ResponderExcluirMas o poeta, mesmo quando se ausenta, renova-se em poesia!
ResponderExcluirAbraços