Minha vida, feito sábia,
tece teias, faz mistérios,
diz que a pele que me cobre
é a armadura apropriada
que Deus pode me ofertar
e que a viscosidade deste sangue
que entope minhas veias
vem por conta de estiagens,
inquietudes e gasturas,
por viagens, descobertas,
coisa própria de poeta,
tão teimoso, coisa incerta,
que custou tanto a crescer.
Enxugo os olhos, que bobagem!
Madrugada corre solta,
e eu não sei seu endereço
e desconheço o seu apreço,
e as notícias que hoje eu tenho
são confusas, qual novelo
que um gato embaraçou.
E as teias, meus enredos,
coração ainda apronta,
vez por outra ele tropeça,
e não há nada que o impeça
de morrer de bem querer.
Café forte e encorpado,
acrescido de um cigarro,
saio às ruas meio tonto,
disfarçando o meu intento,
se bobear ainda aguento
amanhecer nesta cidade,
e apesar da chuva fria
ainda creio em Você.
Este Blog está lindo! Os poemas do Naldo são chuvas de luz para nosso deleite.
ResponderExcluirEurídice
é uma busca constante de tantas coisas, são tantas indagações , um crer não crendo....
ResponderExcluireste mergulho faz bem a alma, mesmo não dando a resposta cartesiana que tanto queremos.
Beijinhos