quinta-feira, 8 de setembro de 2011

AQUELA SENHORA


   NALDOVELHO

   Aquela senhora bordava rosas
   em alvos tecidos de puro linho,
   e quando o fazia deixava os espinhos
   e dizia pra todos que a vida era assim.
   E enquanto bordava embaraçava destinos,
   sagrava escolhas, ainda que erradas,
   e cantava um hino de amor e de dor.

   Aquela senhora bordou o meu nome,
   em alvos tecidos manchados de sangue,
   e disse pra todos que eu era um tolo,
   um pobre poeta de asas quebradas,
   beija flor que gostava de caminhar entre escombros.
   
   E quando escrevo ainda deixo os espinhos
   e digo em meus versos que a vida é assim.

Um comentário:

  1. Tenho arquivado esse poema e não tinha o autor, hoje fui pesquisar e descobri que é seu. Antes encantada com o poemas, hoje super encantada. Gosto do seu poetar.

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