sábado, 3 de setembro de 2011

INSANOS E PERVERSOS

    NALDOVELHO

    Acho que eu vi um gatinho

    desfilava calmamente pelo telhado
    e um cachorro embaixo a latir!
    Cachorros não sobem em telhados...
    E eu aqui em meu quarto a sorrir.

    Acho que eu vi um soneto
    de versos insanos e perversos,
    brotavam das mãos do poeta!
    Cantigas de amor são tão lindas,
    deixam-me até afrontado.

    Acho que eu vi a saudade
    que clandestinamente entranhada
    em meu peito sussurrava segredos.
    Saudade é fruta amargosa,
    espinho que se colhe com a rosa.

    Acho que o gatinho que eu vi,
    escorregou e despencou do telhado.
    E o cachorro coitado!
    Fugiu assustado
    por conta da barulheira
    do gato com a roseira, enroscado.

    Acho que o poema que eu fiz
    dá conta do amor que não me quis.

    Acho que o poeta continua rindo
    do cachorro, do gatinho
    e dos seus próprios versos,
    cada vez mais insanos e perversos.

3 comentários:

  1. ADOREI!! MUITO ME ENCANTOU...OBRIGADA PELO CARINHO E PARABÉNS PELO SEU DIA.

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  2. Lindo...adorei...Bem hajas, pelo lindo poema que partilhaste e que agradeço de coração...Beijos

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  3. Lindo! Ouvi esse poema no dia em que apresentei meu livro 'O que eu aprendi com os gatos' em uma reunião da Lucília. Fiquei muito emocionada. Grata por compartilhá-lo comigo.
    Abraços e obrigada!

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