sábado, 3 de setembro de 2011

ATÉ A ÚLTIMA DANÇA


   NALDOVELHO

   Impecavelmente vestida
   todas as noites dançava sozinha em seu quarto.
   Sonhava com ritmos aconchegantes,
   respiração excitada, ofegante,
   e de olhos fechados viajava em segredo;
   fingia ser o amor descoberta,
   imaginava ser a flor intocada
   de já nem sei quantos anos.

   O ar saturado de alfazema,
   na cômoda dúzia de rosas vermelhas,
   na cama dezena e meia de bonecas
   a tudo assistiam e sorriam;
   sabiam que ela era feliz!

   E assim seria até a última dança:
   primavera, novembro e ao som de um bolero.

3 comentários:

  1. Que coisa linda, Naldo Velho, que sensibilidade, Deus o abençoe e à sua poesia, sempre, bjs!

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  2. Perfeito e delicado.

    Parece comigo esse poema!

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  3. Um encanto de sonho em preciosos versos!
    Parabéns, Naldo!
    Abraços

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