domingo, 11 de setembro de 2011

BELEZA TRISTE

   NALDOVELHO

   Como pode um poema ser belo
   e ainda assim ser triste?

   Existirá a beleza triste?

   Confesse que no entardecer
   rola um quê de tristeza,
   bate uma nostalgia,
   coisa que não se consegue explicar.

   E a lágrima no rosto da mulher amada?
   Muito triste!
   Mas ainda assim, reside ali uma beleza
   que por mais que sejamos fortes,
   homem nenhum resiste!

   E o olhar desconsolado de um filho,
   ainda bem criança, ao se despedir,
   manhã cedo, quando você vai trabalhar?
   Alguém resiste?

   Madrugada deserta com noite de lua cheia...
   Melhor nem comentar!

   O som das águas do mar a acariciar a areia,
   praia deserta, tardes de inverno, chuva fina e macia...
   Consegue se situar?

   Música cigana, visceral e profana,
   um tango arrastado e insano, 
   um chorão com Zé da Velha ao trombone
   e o Paulo Moura a nos atormentar...
   Vocês precisam escutar!

   É beleza triste existe...
   E é disto que o poeta costuma se alimentar.

Um comentário: