domingo, 11 de setembro de 2011

OFERENDA DE VERSOS

    NALDOVELHO

    Se espalhas sementes por onde passas,
    eu colho vivências, esperanças esparsas.
    Se concretizas o sonho, o reencontro, o abraço,
    eu construo distâncias por tudo que faço.
    Se trazes tesouros, preciosas essências,
    eu tenho quase nada, além de carências.
    Se tens um sorriso sempre aceso nos olhos,
    eu tenho em meus olhos saudades que choro.
    Se vais abraçada a essa gente irmã,
    eu tenho a loucura das solitárias manhãs.
    E ainda que digas que conheces meus passos,
    que tens o remédio pra curar-me o cansaço,
    confuso é o caminho, reescrever meu destino,
    distante é a foz, corredeiras sem tino.
    Pois sou ventania que varre inquieta,
    acidentado caminho, escolha incerta, 
    moinho de vento que venta ao contrário
    e da poesia que ouso, fiel relicário.
    Senhora dos tempos, da fé que eu professo,
    oferenda de versos que eu construo confessos,
    abençoa o caminho que eu vivo e vivi.
    Quem sabe o amor possa ser meu porvir?

2 comentários:

  1. Orgulho-me de poder ler-te sempre, amigo. Parabéns.

    ResponderExcluir
  2. Boa tarde, NALDO...Quando leio seus poemas, sempre pergunto: como a inspiração se apodera de sua alma? Me parece que seus versos vão brotando como magia,tomando forma e se transformando em lindas poesias .Espalhas encantamento,espalhas os seus tesouros em forma de poesia, envolvendo os que aqui chegam...
    com carinho...
    heloisa crosio......

    ResponderExcluir