sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O QUE DE MELHOR EU SEI FAZER


   NALDOVELHO

   Minha poesia mora numa rua arborizada,
   primeira à esquerda após a oficina,
   cada árvore uma palavra,
   cada portão um verso,
   cada fachada uma rima.
   É bem verdade que nem sempre rimam,
   mas sempre que permitem, ensinam.

   Minha poesia se alimenta de nostalgia,
   lembranças aprisionadas em casas sombrias,
   quintais repletos de coisas, magias,
   metáforas, alegorias...

   Às vezes liberto algumas!
   Deixo que dobrem esquinas,
   que conheçam pessoas,
   que transgridam com o tempo,
   que se percam pelas ruas.

   Pobres lembranças voltam tristonhas!
   pois ainda que disfarçadas em versos,
   não conseguem atrair pessoas...
   Muito pouca gente lê poemas por aí!

   Minha poesia mora numa rua arborizada,
   casas, quintais, varandas,
   lembranças, pequenas histórias,
   que insistem em materializar poemas,
   e ainda que pouca gente leia,
   é o que de melhor eu sei fazer.

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