NALDOVELHO
Minha poesia mora numa rua
arborizada,
primeira à esquerda após a
oficina,
cada árvore uma palavra,
cada portão um verso,
cada fachada uma rima.
É bem verdade que nem sempre
rimam,
mas sempre que permitem,
ensinam.
Minha poesia se alimenta de
nostalgia,
lembranças aprisionadas em
casas sombrias,
quintais repletos de coisas, magias,
metáforas, alegorias...
Às vezes liberto algumas!
Deixo que dobrem esquinas,
que conheçam pessoas,
que transgridam com o tempo,
que se percam pelas ruas.
Pobres lembranças voltam
tristonhas!
pois ainda que disfarçadas em versos,
não conseguem atrair pessoas...
Muito pouca gente lê poemas por
aí!
Minha poesia mora numa rua
arborizada,
casas, quintais, varandas,
lembranças, pequenas histórias,
que insistem em materializar
poemas,
e ainda que pouca gente leia,
é o que de melhor eu sei
fazer.
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