NALDOVELHO
Beijos molhados, lambuzados de orvalho,
minhas mãos em seus seios,
minhas pernas entrelaçadas,
com suas pernas embaralhadas.
A respiração ofegante,
o gosto de vinho, tinto e rascante,
janelas abertas, é tão doce o pecado.
Rasgar sua blusa, libertar os seus seios,
o seu ventre suado é chama que aquece.
O seu cheiro, o seu cheiro...
embriaga e enlouquece.
A lua enxerida espiona, é claro!
Abafar seus gemidos, ocupar os espaços,
olhar em seus olhos, perceber o delírio,
perceber as narinas dilatadas, desejos...
Deixar gravado em seu corpo
minhas marcas, meu nome;
nos seus ouvidos, segredos,
coisas bem indecentes.
Uma parte de você diz não!
Mas a outra se entrega, não nega
que gosta de me sentir abusado
por todos os cantos e lados,
pois sou o veneno que alimenta seu corpo,
pois sou quem sacia a sua inquietude tamanha,
só assim você sossega, adormece e sonha.
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