terça-feira, 13 de setembro de 2011

BEIJOS MOLHADOS (ARQUIVO)

   NALDOVELHO

   Beijos molhados, lambuzados de orvalho,
   minhas mãos em seus seios,
   minhas pernas entrelaçadas,
   com suas pernas embaralhadas.
   A respiração ofegante,
   o gosto de vinho, tinto e rascante,
   janelas abertas, é tão doce o pecado.

   Rasgar sua blusa, libertar os seus seios,
   o seu ventre suado é chama que aquece.
   O seu cheiro, o seu cheiro...
   embriaga e enlouquece.
   A lua enxerida espiona, é claro!

   Abafar seus gemidos, ocupar os espaços,
   olhar em seus olhos, perceber o delírio,
   perceber as narinas dilatadas, desejos...
   Deixar gravado em seu corpo
   minhas marcas, meu nome;
   nos seus ouvidos, segredos,
   coisas bem indecentes.

   Uma parte de você diz não!
   Mas a outra se entrega, não nega
   que gosta de me sentir abusado
   por todos os cantos e lados,
   pois sou o veneno que alimenta seu corpo,
   pois sou quem sacia a sua inquietude tamanha,
   só assim você sossega, adormece e sonha.

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