NALDOVELHO
A alma que eu tenho
inquieta
se apressa a percorrer
caminhos
e por onde ela passa
repleta
colhe sementes
carinhos,
guarda cheiros latentes
que só ela é capaz de
sentir.
A alma que eu tenho
inquieta
traz em seu rosto um
sorriso,
meio assim sem juízo,
que desfaz em seu corpo
as marcas,
por conta dos muitos
espinhos
colhidos na pressa
confessa
e na ânsia de se viver.
A alma que eu tenho
inquieta
costuma tecer melodias,
retratos de uma agonia
que só quem ouve e
consente
consegue se aperceber.
A alma que eu tenho
inquieta
desfaz-se em versos,
poemas,
é brisa que bate
serena,
que atiça e acaricia o
seu corpo
e o faz com destreza e
gosto,
coisa difícil de se
esquecer.
A alma que eu tenho
inquieta
é prisioneira e ao
mesmo tempo liberta,
viajante de muitas
jornadas
que acabam sempre em
retorno,
pois só em você
encontro o meu porto,
abrigo tão quente e
tranqüilo,
cativo do bem querer.
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