sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A ALMA QUE EU TENHO (ARQUIVO)


   NALDOVELHO

   A alma que eu tenho inquieta
   se apressa a percorrer caminhos
   e por onde ela passa repleta
   colhe sementes carinhos,
   guarda cheiros latentes
   que só ela é capaz de sentir.

   A alma que eu tenho inquieta
   traz em seu rosto um sorriso, 
   meio assim sem juízo,
   que desfaz em seu corpo as marcas,
   por conta dos muitos espinhos
   colhidos na pressa confessa
   e na ânsia de se viver.

   A alma que eu tenho inquieta
   costuma tecer melodias,
   retratos de uma agonia
   que só quem ouve e consente
   consegue se aperceber.

   A alma que eu tenho inquieta
   desfaz-se em versos, poemas,
   é brisa que bate serena,
   que atiça e acaricia o seu corpo
   e o faz com destreza e gosto,
   coisa difícil de se esquecer.

   A alma que eu tenho inquieta
   é prisioneira e ao mesmo tempo liberta,
   viajante de muitas jornadas
   que acabam sempre em retorno,
   pois só em você encontro o meu porto,
   abrigo tão quente e tranqüilo,
   cativo do bem querer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário