quinta-feira, 15 de setembro de 2011

VERSOS LIBERTÁRIOS (LUZ E SOMBRAS)

   NALDOVELHO

   Gosto de versos libertários,
   desses que não aprisionem palavras
   e funcionem como leito de um rio
   que, vez por outra, derrama pra todo o lado;
   poesia desgovernada em direção ao mar.

   Gosto de versos mal comportados,
   desses que não se dão ao respeito,
   crias bastardas, desaforadas, indecentes,
   que, vez por outra, incomodam muita gente,
   poesia de quem vive no limbo 
   e não tem vergonha de errar

   Gosto de versos inacabados,
   desses que com o passar do tempo agregam afluentes...
   Nada mais interessante do que a poesia que respira,
   e que, vez por outra, atravesse fronteiras,
   e leve a palavra “fazedeira” para um outro lugar.

   Gosto de ser o sujeito que escreve poemas,
   desses considerados como um louco completo.
   Nada mais intrigante do que uma teia de significados,
   que, vez por outra, altera caminhos,
   ainda que no fim, tudo vá dar no mesmo lugar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário