Um laço, um
nó, um embaraço,
um emaranhado
de linhas largadas
num canto do quarto.
Perdi o fio
faz tempo,
só preservei
o pavio,
ainda que sem
sentido,
pois até a
pólvora que eu tinha
o vento
soprou e levou.
Um aglomerado
de coisas,
entre elas
papeis rabiscados,
esboços de
imagens, bobagens,
versos
doídos, saudades.
Guardei
também muitos discos,
apinhados num
canto da casa.
Ainda que sem
sentido,
pois até a
vitrola que eu tinha
a danada da
vida quebrou.
Um trinco, um
cadeado emperrado,
a porta da casa trancada,
móveis e
utensílios sem uso,
poeira,
ferrugem, passado.
No quintal
uma velha goiabeira,
um pé de
amora e um balanço...
Ainda que sem
sentido,
pois até a
criança que eu tinha
o tempo
inclemente matou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário