terça-feira, 2 de agosto de 2011

ALMA PENADA

   NALDOVELHO

   E existe aquela janela
   que por mais que te pareça estranho
   eu teimo em deixar sempre aberta.
   Por ela pássaros noturnos invadem
   e um vento frio e arruaceiro
   espalha coisas pelo quarto,
   traz cheiro de terra molhada
   e faz lembrar de um tempo
   onde a vontade de sorrir era maior
   do que a necessidade de chorar.

   E minha alma a perambular pela casa
   vai até a cozinha, toma um café,
   caminha até a sala, fuma um cigarro,
   atravessa a porta e num quintal abandonado
   faz cantigas de amor e saudade.
   Depois sai pela cidade a vagar
   por ruas que não mais existem
   e a assombrar esquinas, hoje, desertas...
   E a nostalgia só termina
   quando o sol desperta
   e traz de volta a alma do poeta
   para dentro daquela casa
   onde existe aquela janela
   e é por ela que o dia me invade,
   e diz que é hora de recomeçar.

4 comentários:

  1. .

    Esse personagem dos seus poemas tem um pouco de cada um de nós, homens/poetas na quadra outonal de nossas vidas... Entulho de guardados e lembranças que ficam a espreita para invadir nossos pensamentos.... Poderiam parecer assombrações, não fossem o milagre do estro, o verso e a poesia... Um poema muito bem construído por um exímio artesão da palavra.

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  2. Bom dia caro poeta com paz e amor... permita-me:
    Trilhar este caminho onde a pesia se esparrama pelo chão como um tapete onde dá uma votade ouca da gente deitar e rolar é a melhor coisa do mundo, belo trabalho, obrigado pela doação, paz ao teu coração e seja feliz!

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  3. Soul-Slot.

    NALDOVELHO


    And there is one window
    that as much as te seems strange
    I I persist in letting always open.
    For her nightly birds invade
    and a cold wind and rowdy
    spreads things by room
    Brings the smell of wet land
    and reminds of a time
    where the will to smile was greater
    than the need to cry.


    And my soul to wander around the House
    goes to the kitchen, take a coffee,
    walks up to the room, smokes a cigarette,
    through the door and a backyard abandoned
    makes songs of love and longing.
    Then leaves the city to wander
    by streets that no longer exist
    and haunt corners today deserted ...
    And the nostalgia just ends
    When the Sun awakens
    and brings back the soul of the poet
    for within that House
    where there is one window
    and is it the day I invades,
    and says that it's time to start over.

    ( Translation for English by Marlene Nass.)

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  4. Soul-Fente.

    NALDOVELHO

    Et il y a une fenêtre
    qui te semble étrange comme
    Je que je persiste en laissant toujours ouverte.
    Pour ses oiseaux nocturnes envahir
    un vent froid et rowdy
    se propage les choses par salle
    Amène l'odeur des terres humides
    et rappelle un temps
    où la volonté de sourire était plus grande
    la nécessité de pleurer.



    Et mon âme se promener autour de la maison
    va à la cuisine, prendre un café,
    promenades à la Chambre, fume une cigarette,
    grâce à la porte et une arrière-cour abandonné
    rend les chansons d'amour et de la nostalgie.
    Puis quitte la ville à errer
    par les rues qui n'existent plus
    et de hanter les coins aujourd'hui désertés...
    Et la nostalgie se termine juste
    Quand le soleil se réveille
    et ramène l'âme du poète
    pour dans cette maison.
    lorsqu'il y a une fenêtre
    et c'est la journée j'envahit,
    et affirme qu'il est temps de allouer.


    (Traduction en Français par Marlene Nass.)

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