segunda-feira, 15 de agosto de 2011

MELODIA PROFANA

   NALDOVELHO

   Entre a boca da noite e a beira do dia,
   ruas molhadas de solidão e nostalgia,
   um trompete profano, vazio de planos,
   lembranças que eu tenho dos meus desenganos,
   sentimentos ardidos, estilhaços, perigo,
   cicatrizes que eu trago, faz tempo, comigo.

  
   Entre o grito de alerta e a beira do abismo,
   enxurrada de versos, desconexos, sofridos,
   e um trompete que insiste em demonstrar seu apreço,
   melodia doída de uma pauta ao avesso,
   solitária escolha, harmonia estranha,
   toda vez que eu sonho a saudade arranha.


   Entre a lágrima abortada e palavra receio,
   as esquinas que dobrei ao vencer os meus medos,
   e o trompete continua a me causar arrepios
   ao andar pela vida a me equilibrar no meio-fio
   na esperança de um jeito de apaziguar minhas horas,
   pois a dança do tempo me alimenta e devora.

8 comentários:

  1. UNHOLY MELODY

    NALDOVELHO

    Between the mouth and the edge of night, day
    wet streets of loneliness and nostalgia,
    a trumpet profane, empty of planes,
    memories that I have of my story,
    feelings, shrapnel, danger, moldy
    scars that I bring, does time with me.

    Between the warning and the edge of the abyss,
    flood of unrelated verses, suffered,
    and a trumpet that insists on prove his appreciation,
    hurt melody of an list to the solitary
    inside out, choose, strange harmony,
    every time I dream to longing supertall.

    Between the word fear, tear aborted and
    the corners that folded by winning my fears,
    and the trumpet continues to cause me chills when walking through life the
    me to balance curb
    hoping for a way to appease my hours,
    because the dance of time me feeds and devours.

    Translated into English by Marlene Nass.

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  2. MÉLODIE IMPIE


    NALDOVELHO


    Entre la bouche et le bord de la nuit, jour
    rues humides de solitude et de nostalgie,
    une trompette profane, vide d'avions,
    souvenirs que j'ai de mon histoire,
    sentiments, éclats d'obus, danger, moisi
    les cicatrices que j'apporte, le temps avec moi.


    Entre l'avertissement et le bord de l'abîme,
    inondation des versets non apparentés, a souffert,
    et une trompette qui insiste pour prouver sa gratitude,
    mélodie blessé d'une liste à l'isolement
    Inside out, choisissez, harmonie étrange,
    chaque fois, je rêve de désir gratte-ciel.


    Entre la peur du mot, tear avortées et
    les coins qui plié en remportant mes craintes,
    et la trompette continue de me provoquer des frissons lorsque l'on marche à travers la vie du
    me mettre en balance le trottoir
    dans l'espoir d'un moyen pour apaiser mes heures,
    parce que la danse du temps me feeds et dévore.


    Traduit en Français par Marlene Nass.

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  3. ****
    Na vida
    No equilibrar no meio -fio
    Entre esperanças suaves
    Na dança do tempo
    Que faz tempo comigo
    Entre lágrimas[receio]
    Num trompete de uma pauta ao avesso
    Melodias vencidas entre esquinas.
    LindoooooooBjs

    22 de março de 2012 18:08

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  4. É um poema que toca fundo nas nossas angustias e dores. Simplesmente maravilhoso, belíssimo, amigo Naldo Velho! Parabéns!!!

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  5. Bendito trompete que faz brotar, além da melodia, este poema que nos extasia, mesmo que seja um triste trompete.
    Parabéns, Naldo!

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  6. Eis o poeta, Naldo! Fazer um poemaço desse já vale uma vida inteira, é muito bem construído, é um filho, é uma mãe, é um amor, é a vida inteira. a gente sente claramente que arte poética é exprimir belamente tanto o triste como o alegre, o belo como o feio, e isso é com NaldoVelho mesmo. A vida é dura, mas você tem seus momentos de céu, esse soneto é uma prova inconteste. Abraços, amigo!!!!!!!

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  7. Estou aqui,em aplausos pulsantes
    maravilhoso,poema como todos os outros
    mas cada poema teu,possuem emoções diferentes
    que planta sempre uma flor na alma de quem os sente.

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