NALDOVELHO
Rastros, vestígios de passos,
são marcas, presentes deixadas pelo caminho,
às vezes latentes, são os nossos segredos,
por vezes evidentes como este poema.
Procurei um amigo, só encontrei companheiros,
parceiros ocasionais em trilhas circunstanciais.
Melhor desligar o rádio, pois as músicas que tocam,
mais parecem ritos tribais.
Procurei uma amante, só encontrei exigências,
ofertei um carinho, só encontrei reticências.
Melhor desligar a televisão,
as notícias da guerra só me trazem apreensão.
Procurei semear sentimentos, encontrei solo estéril,
pouca coisa germinou, quase nada floresceu,
ainda assim valeu a pena pelo pouco que me restou.
Procurei deixar minha janela entreaberta,
só o vento frio e a chuva vieram me visitar.
Melhor nem ler o jornal, são as mesmas notícias de ontem,
de anteontem, de sempre...
Melhor acender um cigarro, lá fora é outono
e o dia amanheceu nublado.
Ainda sinto o seu cheiro,
e os seus vestígios estão vivos em meu quarto.
Nas ruas a violência faz-se cada vez mais presente,
as pessoas não se preocupam com rastros, parece que ninguém os vê!
Melhor dizendo: ninguém os quer ver.
E os meus rastros, meus passos, continuam latentes,
apenas vestígios do meu caminhar apressado.
Melhor ser feito pé de vento e ir ventar bem distante,
quem sabe num lugar ensolarado,
com terra fértil ao semeio das coisas que eu vim dizer.
Potente, mergulho na alma, consistente, faz refletir nossa pequenez, eu amo!
ResponderExcluirQuantas vezes saímos em busca de coisa diferentes,querendo deixar marcas novas em nossos caminhos,mas encontramos só aquilo que já estamos cansados de ver,sementes já apodrecidas pelo tempo,vamos continuar caminhando e semeando sementes boas,deixando marcas de passos de boas lembranças,parabéns amigo Naldo poema magnífico.
ResponderExcluirO mais importante é a disposição de continuar semeando.
ResponderExcluirBelas colheitas!
Parabéns, Naldo!
É, vamos pisar forte, jogar sementes, para deixarmos pela vida nosso rastro. Vamos fincar na terra nossa marca, para não passarmos estéril pela vida. Meu amigo Naldo Velho, mais um belo poema....adorei!!! Parabéns, querido amigo.
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