sábado, 20 de agosto de 2011

O JOGO DO PODER


   NALDOVELHO

   Cartas abertas descortinam segredos,
   revelam enredos, alguns indecentes.

   A dama de copa seduziu o valete
   que de espada em punho assumiu o poder.

   O rei aturdido e em fuga ferido,
   da dama de espada foi se socorrer.

   O valete de ouro perdeu seu tesouro,
   do exílio reclama o direito ao seu trono
   e na calada da noite refaz os seus planos,
   quem sabe outro rei possa lhe favorecer?

   De longe os arcanos, a tudo, assistem,
   maiores que são na arte que existe
   e tramam e tramam, e nem sabem o porquê.

   O Eremita sentado, sabiamente ensina,
   e convence o louco a se proteger.

   A torre em ruínas não é mais segura,
   e o enforcado coitado, não tarda a morrer.

   E o diabo sorridente colhendo os frutos,
   cartas indecentes do jogo do poder.

   O mago inventa um paraíso distante
   e diz para o povo acreditar no consolo
   que um mundo melhor possa lhes conceder.

   Cartas abertas revelam perigos!

   Enamorados distantes vagam carentes
   e o mundo descrente assiste assustado
   o povo faminto tomar o poder.

3 comentários:

  1. Esse jogo não é muito diferente do que vivemos,um seduz o outro,outro fogem feridos,outros reclamam seu trono,eu estou pensando assim,espero estar certa,nesse jogo de poder,adorei sua poesia amigo Naldo,abraço

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  2. Adorei Naldo Velho, sou curiosa das cartas, adoro,rs.Muito bom o poema,abs

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  3. Lindo como tudo o que vc escreve. Parabéns!!!Bjs.

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