terça-feira, 30 de agosto de 2011

RUA DAS PROFESSORINHAS


   NALDOVELHO

   As mulheres daquela rua...
   Dizia o pai, professorinhas!
   Ensinavam o “b  a  ba”,
   o “dabliou”, o “ipisilone”.
   Tinha uma mais novinha
   a quem fiz juras de amor.
   E ela dizia, assim, baixinho:
   eu sou o mel de um beija-flor.

   As mulheres daquela rua,
   ainda as guardo na memória,
   tão bonitas, tão morenas,
   tão sozinhas, tão aflitas.
   Lembro a ordem de despejo.
   Nunca mais Maria Rita!

   Hoje, a rua é de passagem
   e as pessoas que por ali passam
   não percebem, nem se importam,
   casas frias e vazias.

   Ainda guardo o seu cheiro
   e a maciez dos seus cabelos.
   Nunca mais fui bom aluno,
   nem brinquei de beija-flor.

   As mulheres daquela rua...
   Dizia o pai, professorinhas!
   Ensinaram muitas coisas,
   a um aprendiz de amor e dor.

4 comentários:

  1. Como me intero que este poema, fui professorinha e ainda sou....com 14 anos havia terminado o magistério,no interior de Goiás ,onde nascei:Orizona-Go,mais logo me casei e vim morar em Goiânia-Go....sabe o que me aconteceu,mesmo menor,fui convocada para ser diretora do maior colégio:Liceu de Goiânia,naquela época,por ter casado,mesmo menor,mais já fazia faculdade...lindo mesmo...boa tarde e ontem foi dia do escritor, parabéns!shalom

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  2. As professoras são a primeira referencia que recebemos do mundo la fora,osso primeiro laço e contato.É impossível não admirar e amar essas criaturas!Muito bem colocado seu poema,contou uma linda estoria com poucas palavras!Parabéns!Beijos!

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  3. Que belezura de poema, a lembrança bucólica de nossas primeiras paixões, sempre maravilhoso Naldo Velho, mto obrigada por mais esta pérola, bjs

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  4. Que beleza de poema, meu amigo!!!

    Muitos abraços
    Jorge

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