NALDOVELHO
Dúzia e meia de rosas brancas,
jarra de vidro, em cima da mesa,
sala de jantar.
Na estante, junto com os livros,
centena e meia de corujas
e uma infinidade de pedras:
ametista, água-marinha e quartzo...
Muitos quartzos.
Um canário belga em sua gaiola
a tudo observa e aprova.
Na gaiola do lado
um canário da terra capricha num solo.
Num viveiro, dois outros pássaros:
um manon e um mandarim,
estranhamente apaixonados,
constroem um ninho.
Na sala ao lado:
biblioteca, um aquário
com mais de três dezenas de peixes,
e numa outra estante,
anjos, muitos anjos!
Na sala de estar, entrada da casa,
duas poltronas confortáveis
e três quadros na parede:
paisagens áridas e monocromáticas.
Numa cômoda, parede dos fundos,
uma Bíblia aberta e muitos retratos.
Em todos os cômodos,
janelas amplas e abertas.
Muita luminosidade ambiente.
Lá fora: domingo, janeiro, tarde nublada.
Aqui dentro: silêncio, harmonia,
preguiça gostosa e poesia.
Algumas poucas rolinhas desafiam o tempo
e perambulam pela sala em busca de alimento.
Quase três horas da tarde,
olho para poltrona e percebo:
você adormeceu lendo o jornal.
Vou até a cozinha, passo um café fresco
e o cheiro vai até você.
Volto a tempo de ver seu sorriso...
- Acabei cochilando!
Café fresquinho, que bom!
Muito obrigada. Estive a ler todos os poemas, são fantásticamente maravilhosos. Que haja cada vez mais assim pessoas neste Mundo ( e sei que as há, muito boas e sensíveis )ao ponto de escrever o que lhe vai na Alma. Só quero agradecer a si e a muito outros que conheço que continuem a escrever. Um Muito Obrigada!
ResponderExcluirLindissima,Naldo.
ResponderExcluirLindissima, Naldo.
ResponderExcluirQue delícia tudo isso amigo Naldo! Adoro muito os seus textos...senti o cheirinho do café...até me espreguicei.
ResponderExcluirBom demais.
Além do café e do final, amei essa parte em que diz:"
Lá fora: domingo, janeiro, tarde nublada.
Aqui dentro: silêncio, harmonia,
preguiça gostosa e poesia.".
Demais meu querido. Grande abraço.
Linda noite e bons sonhos.
belíssimo!
ResponderExcluirAplausos!...Consegue ouvir?
ResponderExcluirTrate de escutá-los com o coração meu amigo, pois daqui sinto o aroma do seu café fresquinho.
Abraço grande.
Meu prezado Naldo Velho, cada vez que leio um novo poema seu, me encanto mais e mais com a perfeição com que burilas teus versos... Tua sensibilidade nos toca de maneiras estranhas e faz aflorar em nossas almas emoções indescritíveis...
ResponderExcluirAvoé poeta!
Amalri Nascimento.
Reconheço o amistoso e familiar ambiente narrado pelo nobre amigo e, aquela de dormia ao sofá... Saudade dos amigos e, das rolinhas que por essas terras me viram passar! Forte abraço.
ResponderExcluirFernando da Luz.