NALDOVELHO
Quantas coisas tortas, loucas,
quantas pontas frouxas, soltas,
quantos barcos a deriva,
quantos becos sem saída,
quantas trilhas proibidas.
Nos atalhos desta vida
tens o dedo na ferida,
alucinam-me os teus ais.
Afiadas farpas nas entranhas,
se tu choras, eu me assanho,
quantas lágrimas, quanta manha,
quantas noites de insônia,
quantos sonhos desconexos.
Pela beira do abismo,
tens a perda dos sentidos,
desesperam-me os teus ais.
Versos cheios de vergonha,
quantos rios, quantos cios,
heresia brota insana,
corredeiras tão estranhas,
vê se esconde esta peçonha,
vê se abre esta janela,
vê se deixa de besteira,
tira o espinho da ferida,
dilaceram-me os teus ais!
Divino!
ResponderExcluirSempre mais... grande poeta!
Abraços
Cláudia Abreu
Quanta beleza!
ResponderExcluirParabéns!
rosangelaSgoldoni
Quanta beleza em teus versos, amigo Naldo. Doloroso, dedo na ferida é a lembrança de algo que não deu certo, de escolhas erradas, ou da saudade do que foi muito bom e acabou.
ResponderExcluirBeijinhos, encantada!
Tanta sensualidade na dor; tão dolorida... e quanto prazer!
ResponderExcluirLeio-te e emociono-me com tantos ais.
Um grande abraço, amigo.
Luiz Olí