NALDOVELHO
Busco na força dos ventos
a semente do furacão que assola,
faz tempo, minhas entranhas
e na chuva que brota macia
as raízes da tempestade;
águas que eu teimo e choro
toda a vez que sinto saudade.
Busco no silêncio que permeia a tarde
a razão da inquietude que eu temo
e no veneno da mais insidiosa serpente
o remédio para a dor de uma paixão.
Gasturas herdadas de um tempo
de muita loucura e aguardente,
sangue, suor, solidão.
Busco nas madrugadas insones
o remédio pra dor que alucina,
nas ruas repletas de sonhos
a coragem dos poetas e dos tolos,
e nos poemas que eu teimo e faço
as chaves da minha redenção.
E ainda que nublada a cidade,
e ardida a verdade que ruge,
nada impedirá que eu me encontre,
pois cicatrizados os cortes que sangram
e convertidos os demônios que assombram;
escreverei num epitáfio a verdade:
ainda estou tão distante
e muito tenho que aprender.
Muito lindo, aliás tudo o que você escreve. PArabéns!
ResponderExcluirVou assinar como anônimo mas eu sou a Marisa de Paula Souza
Como sempre você expressa a emoção em forma de belissima poesia...com carinho
ResponderExcluirHeloisa Crosio