sexta-feira, 26 de agosto de 2011

COMO SE FOSSEM TALISMÃS


    NALDOVELHO

    Pequeninas pedras, delicadas gemas,
    emoções cristalizadas, preciosas memórias.
    Eu as guardo em segredo lado esquerdo do peito
    e as levo para todo o lado como se fossem talismãs.

    Momentos que eu tenho cuidadosamente lapidados,
    de encaixe perfeito, são partes de um todo,
    um tanto ou quanto sofrido, a quem eu chamo de ser.

    São fatos, retratos, imagens, histórias,
    são tramas, são dramas, emaranhados de enredos,
    que ardem, que doem, toca a vez que eu os toco,
    que derramam poemas, toda a vez que eu os penso.

    E quando acontece de derramarem-se os versos,
    parte desses guardados se transmuta em água
    que escorrem pelo rosto a mostrar todo o esforço
    de parir liquefeitos preciosos pedaços.

    Ao fazê-lo, por certo, estanco o sangue, curo feridas,
    e compreendo o porquê das asperezas da vida.

Um comentário:

  1. Magnífico, poeta!Esses nossos momentos do viver, nada melhor que guardarmos cuidadosamente na memória e no coração. São os nossos delicados e selecionados talismãs. Grata, meu amigo Naldo Velho! Carinhoso abraço

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