quinta-feira, 11 de agosto de 2011

DIAS NUBLADOS


   NALDOVELHO

   Dias nublados no mês de novembro
   às vezes são tristes, doídos, sofridos,
   são como partidas mal resolvidas,
   lembranças guardadas de um tempo perdido,
   feridas persistem, latentes comigo.

   Dias nublados, ainda chuvosos,
   fui fechar uma porta, prendi os meus dedos,
   mas a dor que eu sinto não é mais um segredo
   e as lagrimas que eu choro cicatrizam feridas.

   Mês de novembro, poemas paridos,
   sementes lançadas em dias de vento,
   vão crescer forasteiras em outros abrigos,
   alguns bem distantes do meu braço amigo.

   Dias nublados, não tenho fronteiras,
   vou ser sempre um estranho a caminhar pela vida,
   difícil jornada de um homem em desterro.

   Dias nublados que eu choro sozinho,
   o meu corpo cansado, reabriram as feridas,
   a dor que eu sinto é o mais puro desejo
   de um pouco de paz, de um colo amigo,
   alguém que me escute e me dê um abraço,
   que me seque as lágrimas e quem sabe um carinho?

   Já faz algum tempo, eu venci os meus medos,
   já faz algum tempo que eu perdi seu sorriso.

   Queria que alguém me emprestasse um lenço...
   Quem sabe uma erva, um remédio bem forte?
   Para curar esta dor que eu trago comigo.
   Quem sabe eu possa, então, descansar?     

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