Anjo ferido na beira do abismo,
não sabe que o colo que aquece padece,
não sabe a criança de olhar inocente
que a mão que semeia também sabe ferir.
Não sabe da farpa, da fuga e da fúria,
não sabe da faca, do corte e do sangue,
mas sente a dor da sede e da fome,
ressecadas as lágrimas, nem sabe sorrir.
Anjo inocente na beira do abismo
não sabe seu nome, nem seu sobrenome,
olhar embaçado, desesperançado,
não sabe das águas, do trigo e dos sonhos,
seu tempo é escasso, logo-logo partir.
Armei um presépio lá em casa este ano,
o Cristo era negro e morria de fome,
na mesa sua carne, nos copos seu sangue,
nas ruas do mundo a inconsciência do homem;
transpassados os cravos, dilaceram suas mãos.
Por mais que eu tente não consigo sorrir.
É de chorar esta triste realidade.
ResponderExcluirTudo gira e nada muda, amigo. Belas palavras, poema triste.
ResponderExcluirCHOREI! TÃO VERDADEIRO...Bem-Hajas Naldo Velho::
ResponderExcluirlINDO!
EStou contigo caro amigo... Também não sorrio... Não consigo... Este é um pedido demasiado para minh'alma... Gostei do teu poema... Tuas palavras me fazem reacreditar nas velhas (e renovadas) palavras que dizem que a mudança começa em nós...! Abrços fraternos!
ResponderExcluirPequenos anjos , meteóricas almas ,q ultrapassam nossa atmosfera para rapidamente se apagarem na terra...
ResponderExcluirAntes de tecer este meu simples e amador comentário, li alguns poemas seus, e em todos a gente só encontra a mesma palavra "Genial". Este aí, puxa, sem palavras...
ResponderExcluirBOM DIA AMIGO TRISTE MAS REAL SEU POEMA GRATA.Ilca Karla Santos
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